Bespoke X Alfaiataria Comum: Entenda a Diferença
Qual a diferença entre o bespoke e a alfaiataria comum? Essa dúvida pode surgir entre muitos cavalheiros que procuram qualidade e exclusividade nas suas roupas. Para entendermos o conceito do bespoke e porque ele é tão especial, precisamos voltar alguns séculos na História.
O bespoke surgiu na Europa entre os séculos XIV e XV. As ideias Renascentistas que brotaram na Itália, e depois conquistaram o resto do continente, fizeram com que as vestes passassem a ser vistas tanto como uma maneira de expressão pessoal quanto como uma prova de pertencimento a uma classe social ou linhagem nobre. A arte, a cultura e todas as filosofias humanas eram o centro da sociedade.
Com o Renascimento cultural, vestir-se com individualidade virou um símbolo de status e poder. O métier dos costureiros e alfaiates ganhou respeito e começou a ser valorizado como uma forma de arte. Nos eventos das cortes, se sobressaía quem portasse os tecidos e materiais mais raros e únicos. Pouquíssimos tinham acesso a itens como, por exemplo, a cobiçada seda chinesa, que levava meses até chegar à Europa, ou a peças nas cores azul ou violeta que, antes da invenção dos corantes artificiais, eram obtidas após um lento e caríssimo processo de tingimento artesanal. No século XVII, Luís XIV e a realeza francesa levaram ao extremo essa corrida por diferenciação, fazendo com que a França ganhasse o título de lançadora mundial de tendências.
No século seguinte, a Revolução Industrial que teve início na Inglaterra permitiu a produção de tecidos em grande escala, fazendo com que uma maior variedade de vestimentas se tornasse acessível para a burguesia e a crescente classe média. Entretanto, os senhores das classes mais altas do Velho Mundo não abriram mão da exclusividade do bespoke. Na época, Londres era a principal capital do Ocidente e o estilo britânico era visto internacionalmente como o ápice da elegância masculina. Casas como Henry Poole & Co e Gieves & Hawkes, situadas na cultuada Savile Row, representam essa tradição até hoje.
Como Funciona o Bespoke?
Para o alfaiate Mauricio Placeres, o bespoke é um processo minucioso. “É ouvir o cavalheiro e representar completamente na roupa a sua personalidade sem emitir alguma palavra”. Ao contrário da alfaiataria tradicional, que oferece uma gama limitada de opções, o bespoke entrega exatamente o que o cavalheiro imagina: ele pode escolher tecidos, forros, tipos e quantidades de botões, estilos de lapela, quantidades de bolsos, linhas, caseados, pespontos, aberturas e tudo mais que lhe convier.
O termo bespoke vem do verbo bespeak, que significa “falar por algo” e que, ao longo do tempo, adquiriu o sentido de “dar a ordem para que algo seja feito”. No bespoke, as peças são criadas em conjunto entre o cavalheiro e o alfaiate, também chamado de tailor. No primeiro encontro entre os dois, o tailor conduz uma conversa descontraída para mapear o estilo e as referências: música, gastronomia, viagens, filmes, arte, livros e tudo que diz respeito às paixões do cavalheiro são levados em consideração.
O tailor utiliza o seu know-how para, a partir das informações sobre o cavalheiro, elaborar uma solução que expresse as suas vontades e o seu perfil, fazendo com que ele se encaixe perfeitamente no ambiente e no momento que deseja. Afinal, ninguém melhor que o tailor para decidir qual o tecido perfeito para um casamento no campo ou qual a lapela mais adequada para uma reunião de negócios em Nova York.
Diferentemente da alfaiataria tradicional, o bespoke não é uma compra nem um produto, mas sim um investimento para um fim específico: estar bem para uma ocasião, evidenciar seu sucesso, poder, aumentar a autoestima e expressar um estilo próprio. É fazer uma roupa tanto para personalidade quanto para o corpo.
O Bespoke e Arte do Perfeccionismo
Não é somente pela total exclusividade na criação que o bespoke se distingue da alfaiataria tradicional. As técnicas empregadas na produção das peças também são muito diferentes. Enquanto na alfaiataria comum as medidas do cavalheiro são adaptadas em uma modelagem preexistente e limitada, no bespoke um molde individual é criado do zero, nuances mínimas da postura, das curvaturas e da estrutura do corpo são transpostas para o design, fazendo com que cada peça se encaixe perfeitamente nos mínimos detalhes.
Além do rigor na feitura, a busca pela perfeição engloba os materiais utilizados. Não existem meio-termos no bespoke: tudo tem que ser o melhor. As lãs devem ser superfinas e sem nenhum tipo de mistura sintética, somente são aceitos outros fios nobres, como alpaca, cashmere, mohair, vicunha, algodão, linho e seda. Nos botões, nada de plástico. Eles geralmente são feitos de chifre, osso, coco ou metais, garantindo durabilidade a uma peça que perdurará por muitas gerações.
No bespoke, os tailors constroem uma estreita relação com os melhores fornecedores do mundo. Referência em bespoke, Mauricio Placeres tem parcerias com lanifícios como Dormeuil, F.Lli Cerruti, Scabal e Ermenegildo Zegna, sinônimos internacionais de excelência em vestimenta masculina há muitas décadas.
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